Livro do Capa é imperdível


Por muito tempo Robert Capa [1913 – 1954] foi acusado de ter forjado a foto de um miliciano espanhol levando um pipoco em batalha. A afirmação de um jornalista inglês qualquer era que na realidade a foto era uma cascata, havia sido feita durante um treinamento e não durante uma batalha. Mas a família de Federico Borrel Garcia confirmou o tiro fatal que aconteceu na Aldeia de Cerro Mur em 5 de setembro de 1936, locação alguns quilômetros ao norte de Córdoba, Espanha. E o inglês teve os seus dias de fama. Essa é a primeira história da biografia de Robert Capa em “Slightly out of Focus” traduzido para o português como “Ligeiramente fora de Foco” [Cosac Naif, 2010], numa referência de próprio Capa às suas imagens feitas dos paraquedistas aliados saltando sobre a Sicília em 43 para matar os tedescos. Capa também as define como “subexpostas e com uma “composição que não é nenhuma obra de arte.” Sensacional! O livro recheado de histórias fantásticas é narrado pelo próprio Capa, com o humor, sofisticação e a sagacidade que sempre acompanharam a sua brilhante biografia. São quase 300 páginas [que passaram rápido demais para o meu gosto] que contam detalhes da vida do fotojornalista húngaro que desdenhava a própria para exercer o ofício da fotografia de guerra, a mais nobre entre todas as formas de captação de imagem estática, que adorava ostras blue point com vinho Montrachet e que comeu Ingrid Bergman e algumas das mulheres mais interessantes do século XX.  Abaixo algumas reproduções da obra. FCN.







Ela é carioca. Ele é Carioca.

© Marcio Melges

No Rio de Janeiro, onde a sensualidade está na própria situação da cidade, essa também é a marca registrada de Emmanuelle Bernard, em Carioca, seu livro recém lançado, e também em toda a sua obra, seja fotografando arquitetura, pessoas ou a natureza.




 

Quanto tempo você levou para produzir essas quase 200 fotos publicadas em Carioca?
Fotografei ao longo de 2008, exceto três ou quatro fotos que são de arquivo. A produção do livro levou 2 anos.

Você fotografou em 35 mm?
Sim, 35 mm.  Nikon FM2. 

Dá pra falar que esse livro é uma espécie de diário seu? Você costuma ir ao Maracanã, subir os morros... ou esteve nessas locações só para clicar para o livro? 
As duas coisas. Tem lugares que fazem parte do meu cotidiano, outros que escolhi para fotografar. POr exemplo, costumo ir ao Maracanã, mas não conhecia o estádio de São Januário. Frequento o Mercado de São Crsitovão, mas não conhecia o Mercado de Madureira e nunca tinha entrado na Rocinha. Quis mostrar um Rio de Janeiro mais amplo e não só a zona sul e os cartões postais que todo mundo conhece.


O Rio de Janeiro é imbatível no aspecto estético. Para onde se olha, o cenário está pronto e montado. É mais fácil fotografar no Rio que em SP?
No Rio, a natureza é deslumbrante. Mas São Paulo também é fotogênica. A beleza está em tudo, é uma questão de olhar.


A maioria fotografada é de gente anônima. Alguma razão?
Gosto de fotografar as pessoas em geral. Neste caso quis trabalhar sem grandes produções, sem truques, queria andar pelas ruas, às vezes sozinha, às vezes com um produtor de locação, tentar mostrar o cotidiano de uma forma simples e espontânea. Não queria preparar poses, queria ser surpreendida.